Qual a pena para negligência médica? Entenda as consequências

qual a pena para negligência médica

Quando um erro médico acontece, a busca por justiça é essencial. Mas afinal, qual a pena para negligência médica? Entenda as responsabilidades do profissional.

Enfrentar as consequências de uma falha na assistência à saúde é uma experiência devastadora. Além da dor física e do abalo emocional, a vítima se depara com um sentimento de injustiça e a necessidade de buscar respostas e reparação. Nesse cenário, é fundamental contar com o suporte de um advogado especialista em ações de negligência médica, que poderá traduzir a dor e o dano em uma busca por responsabilização.

Uma das dúvidas mais pertinentes que surgem é sobre qual a pena para negligência médica. É importante compreender que não existe uma única "pena", mas sim um conjunto de consequências que podem atingir o profissional responsável em diferentes áreas do direito. A responsabilização pode ocorrer em três esferas independentes: a cível, a criminal e a ético-profissional.

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As três esferas de responsabilidade do médico

Um único ato de negligência, imprudência ou imperícia pode gerar processos e punições em três frentes distintas, que correm de forma paralela. Isso significa que um médico pode ser condenado a pagar uma indenização, responder a um processo criminal e ainda ser punido pelo seu conselho de classe, tudo pelo mesmo erro.

Entender essa tripla possibilidade de responsabilização é o primeiro passo para compreender a real dimensão de qual a pena para negligência médica. Um escritório especializado em ações de negligência médica atua de forma estratégica, orientando a vítima sobre como proceder em cada uma dessas frentes para garantir que a justiça seja feita de forma completa.

A responsabilidade cível: a busca pela indenização

Esta é a esfera que mais diretamente interessa à vítima, pois é nela que se busca a reparação financeira pelos danos sofridos. Aqui, a "pena" não é a prisão, mas sim a obrigação de pagar uma indenização. O objetivo do processo cível é, na medida do possível, restaurar a condição da vítima e compensá-la por todo o prejuízo. O direito busca equilibrar a balança, fazendo com que o ofensor repare o dano que causou.

A indenização cível geralmente é composta por três tipos de danos:

  • Danos Materiais: Cobrem todos os gastos concretos que a vítima teve por causa do erro, como novas cirurgias, medicamentos, tratamentos de fisioterapia, despesas com cuidadores e também os lucros cessantes (o que a pessoa deixou de ganhar por não poder trabalhar).
  • Danos Morais: Visam compensar o sofrimento psíquico, a dor, a angústia, a aflição e a quebra da qualidade de vida. O valor é definido pelo juiz com base na gravidade do dano e nas condições das partes.
  • Danos Estéticos: São específicos para casos que deixam marcas, cicatrizes, deformidades ou amputações. É uma compensação pela alteração permanente na aparência da vítima.

Portanto, na esfera cível, a resposta para qual a pena para negligência médica é uma compensação financeira que pode atingir valores significativos, dependendo da extensão dos danos.

A responsabilidade criminal: quando o erro vira crime

A esfera criminal é acionada quando a conduta do médico é tão grave que se enquadra em um tipo penal, ou seja, é considerada um crime. Na grande maioria dos casos de erro médico, os crimes são culposos, o que significa que não houve a intenção de cometer o ato. A culpa deriva da negligência, imprudência ou imperícia.

Os dois crimes mais comuns são:

  • Lesão Corporal Culposa (Art. 129, § 6º do Código Penal): Ocorre quando a falha médica causa um dano à saúde do paciente. A pena prevista é de detenção de 2 meses a 1 ano.
  • Homicídio Culposo (Art. 121, § 3º do Código Penal): Acontece quando a negligência resulta na morte do paciente. A pena é de detenção de 1 a 3 anos.

É importante notar que, mesmo havendo uma condenação criminal, a pena de detenção raramente é cumprida em regime fechado, sendo geralmente convertida em penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade. A existência de um processo criminal, no entanto, tem um peso simbólico e moral muito grande.

A responsabilidade ético-profissional: a punição pelo CRM

Além da Justiça comum, o médico responde perante seu órgão de classe, o Conselho Regional de Medicina (CRM). Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia ao CRM, que abrirá um processo ético-disciplinar para apurar se o profissional violou o Código de Ética Médica.

As penalidades, aplicadas pelo Conselho, variam em gravidade. A qual a pena para negligência médica no âmbito ético pode ser:

  • Advertência confidencial;
  • Censura confidencial;
  • Censura pública (publicada no Diário Oficial);
  • Suspensão do exercício profissional por até 30 dias;
  • Cassação do exercício profissional, que é a pena máxima, equivalente à perda da licença para exercer a medicina.

Essa esfera é fundamental, pois zela pela qualidade e segurança da prática médica para toda a sociedade.

As penas são cumulativas?

Sim. Como as esferas são independentes, as punições podem se acumular. Um médico pode, por exemplo, ser condenado a pagar uma indenização de R$ 200.000 (esfera cível), ser sentenciado a prestar serviços comunitários (esfera criminal) e ainda ter sua licença suspensa pelo CRM por 30 dias (esfera ética).

Essa possibilidade de cumulação mostra a seriedade com que o ordenamento jurídico trata o erro médico e reforça a complexidade da resposta à pergunta sobre qual a pena para negligência médica.

Dúvidas sobre negligência médica

O médico pode ser preso por negligência médica?

Sim, teoricamente é possível, pois lesão corporal e homicídio culposo preveem pena de detenção. Na prática, porém, é muito raro. Por serem crimes culposos e as penas serem relativamente baixas, elas são quase sempre convertidas em penas alternativas, como pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços.

A indenização cível é a única "pena" que a vítima recebe?

Para a vítima, a reparação direta é a indenização financeira recebida no processo cível. As punições na esfera criminal (pena alternativa) e administrativa (suspensão/cassação) são aplicadas pelo Estado e pelo CRM como uma resposta à sociedade e à classe médica, não sendo revertidas diretamente para a vítima.

Denunciar o médico no CRM ajuda no processo judicial?

Sim, pode ajudar muito. Embora a decisão do CRM seja independente, uma condenação no processo ético serve como uma forte evidência no processo cível, fortalecendo os argumentos da vítima e aumentando as chances de obter uma indenização justa.

O hospital também pode ser punido?

Sim. Na esfera cível, a responsabilidade do hospital é, na maioria das vezes, solidária à do médico, ou seja, ele também é condenado a pagar a indenização. Administrativamente, o hospital pode sofrer sanções de órgãos de vigilância sanitária.

Quanto tempo leva para o médico ser punido?

Cada esfera tem um ritmo. O processo cível, que busca a indenização, pode levar anos. O processo no CRM costuma ser mais rápido. O processo criminal também tem seu próprio tempo. Não há um prazo fixo, pois a duração depende da complexidade do caso e do volume de trabalho do Judiciário.

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